DICA EDUQUE – Como discutir diversidade e preconceito com as crianças?
Diferentes raças, crenças, opiniões, orientação sexual e gênero costumam gerar discussões em nossa sociedade atual e nem sempre é fácil abordar estas questões com as crianças.
A educação surge como uma ferramenta poderosa para o combate ao preconceito e à intolerância. As famílias devem refletir sobre o tema, atualizar-se nas discussões e consultar livros e materiais que, felizmente, são cada vez mais abundantes no mercado. Essa tomada de atitude pode auxiliar muito na formação de nossas crianças e na consolidação de uma sociedade mais igualitária e respeitosa.
Dicas de como os pais podem contribuir para uma educação que respeita a diversidade:
• Dialogue e seja exemplo-As crianças devem aprender desde cedo que as pessoas possuem diferentes gostos, habilidades, ideias e preferências e que todas as diferenças devem ser respeitadas.
• Valorize heróis, princesas e bonecos de todas as origens, evite estereótipos.
• Cuide sempre das falas, como “lápis cor de pele”, pois há várias cores para pele.
• Valorize diferentes belezas.
• Programe visitas a espaços multiculturais, como o Museu Afro Brasil, localizado no Parque do Ibirapuera, e o Japan House, localizado na Paulista. São oportunidades de ampliar as reflexões sobre as diferentes etnias.
• Sensibilize seu filho a ter paciência para ajudar uma pessoa mais velha ou uma criança com dificuldade e até mesmo a entender o jeito de lidar com o irmão mais novo.
• As viagens são oportunidades de valorizar diferentes culturas, costumes, religiões e etnias.
• Todas as perguntas feitas pelas crianças devem ser respondidas de maneira simples, clara e verdadeira, tomando cuidado para não fazer julgamentos de valor.
Indicações de leituras que oferecem ricas possibilidades de reflexão:
• “A Cor de Coraline”, de Alexandre Rampazo – Quando um colega de sala pede emprestado um lápis “cor de pele” para Coraline, que é negra, a personagem convida o leitor a enxergar as diferentes perspectivas das cores de pele, valorizando a diversidade e respeitando as diferenças.
• “Chico Juba”, de Gustavo Gaivota e Rubem Filho – Chico Juba ostenta um estiloso cabelo Black Power, mas durante muito tempo não aceitava sua bonita cabeleira, o que o fez virar até inventor de xampus! Esse livro é um ótimo exemplo de como valorizar a estética do negro, partindo do cabelo, para ampliar e diversificar a ideia de beleza para as crianças.
• “A bailarina especial”, de Aline Favaro Tomas- Neste livro, temos uma menina com Síndrome de Down relatando a caminhada que fez até realizar o sonho de se tornar bailarina.
• “Princesas guerreiras”, de Janaina Tokitaka – Livro que busca quebrar estereótipos relativos à figura da princesa, como fragilidade, submissão e apatia diante das dificuldades. Aqui são contadas histórias de mulheres fortes e com atitude, de diferentes culturas e tempos históricos.
• “Coisa de menina” e “Coisa de menino”, de Pri Ferrari – Esses dois livros baseiam-se na seguinte pergunta: o que é coisa de menina e coisa de menino? A partir dela, a autora vai revelando que meninos e meninas podem ser cientistas, astronautas, ativistas ou o que desejarem.
Foto: Sessão Simultânea de Leitura – Afrobrasilidades, alunos ouvindo a história “Madiba, o Menino Africano”.